BRAZILKOREA | O site mais completo sobre a Coreia do Sul

Entrevista com Danny Cho, diretor de arte do Korean Rhapsody sobre Performance Holográfica

Korean Rhapsody - Performance Holográfica

Imagem: livekshow.com

Conheça alguns detalhes da performance “Chun Sang Mu Do” que mistura tecnologia, murais coreanos antigos e elementos de dança moderna com o Korean Rhapsody.

Durante as olimpíadas, o grupo Korean Rhapsody esteve presente na Casa Pyeongchang no Rio de Janeiro. No tempo que estiveram lá, o grupo apresentou diversas performances envolvendo cultura pop e tradicional coreana. Uma das principais performances esperadas para ser apresentada era o espetáculo “Chun Sang Mu Do” que quando apresentando em ambiente propício conta com recursos holográficos.

A equipe do BrazilKorea aproveitou a oportunidade pra saber um pouco mais sobre essa performance, e para isso, contatou o Diretor de Arte do grupo, Danny Cho, que prontamente respondeu nossas perguntas sobre o funcionamento da performance holográfica, seus desafios e como ela foi criada juntando elementos históricos com contemporâneos, algo que já é praxe para o grupo sul coreano que passou pelo Brasil ano passado como parte de sua última tour.

1. Como funciona um show holográfico? Quais são os desafios de uma performance como essa?

A primeira coisa a ser feita é a edição e filmagem prévia de pessoas e imagens que receberiam o efeito do hologram. Mas antes disso, fazemos o planejamento do cenário e conforme isto, trabalhamos com gravações e montagem de script detalhado. E depois disso, escolhemos a música para montagem de coreografia e ensaios para gravação de vídeo. A edição do holograma ocorre ao mesmo tempo e podemos dizer que este é o processo mais demorado. Acabada a primeira parte do trabalho, vem a fase para juntar o holograma do CG (Computer Graphics – gráficos computacionais) e o ensaio geral. Ao aparecer erros no ensaio geral, isto é corrigido e como trabalho final, colocamos novamente os efeitos e a música.

As performances com holograma só são possíveis em locais com telas especiais para hologram ou com telas transparentes. Na Coréia temos 3 salões especialmente para esta tecnologia mas em outros locais é difícil encontrarmos. Assim, para performances muitas vezes temos que levar, tanto para ensaios quanto para o show em si, as telas de altíssimo valor e outros equipamentos como projetor de luz de forte intensidade especial para holograma. Como é difícil encontrarmos essa estrutura, não só no mundo inteiro como na Coréia também, atualmente não é comum fazermos eventos com holograma, apenas para shows especiais.

2. Qual a sensação de apresentar a performance durante um evento mundial como as olimpíadas (até a submissão das perguntas para entrevista ainda estava confirmada a apresentação com hologramas)?

Como o local da performance é externo, não é possível barrarmos toda a luz emitida, além de termos que nos apresentar dentro da própria barraca de divulgação, o que impossibilita a apresentação do hologram. Tentamos conversar mais sobre isto solicitando a modificação dos equipamentos e montagem de palco mas por problemas financeiros e de organização, as nossas solictações não foram atendidas. Assim, a nossa performance desta vez será exibida utilizando uma tela de LED, e fico muito triste em ter que ser desta forma.

3. Quais são os desafios de trazer uma performance com tanta tecnologia pro outro lado do mundo?

Assim como já dito anteriormente, é necessário trazer a tela para holograma diretamente da Coréia e é quase impossível trazer todos os equipamentos conforme a situação local. Além disso, como a maioria dos países não tem estrutura nem equipamento para uma performance de holograma, atualmente para uma apresentação no exterior é necessário ter muito, em questões financeiras. Para amenizar este tipo de problema, estamos planejando uma tela que seja portátil e de tamanho regulável. Futuramente, melhorando estes aspectos, creio que seja possível mostrar no mundo inteiro esta nova arte muito bem desenvolvida na Coréia.

4. A cultura coreana é muito rica. Como foi o processo de escolha da história e dos elementos da performance?

A performance Chun Sang Mu Do de Korean Rhapsody buscou a estória dentro da história da Coréia e sua arte tradicional para poder montar uma performance com sinestesia. A Coréia tem uma História de 1500 anos e os desenhos da época de GoGuRyeo que aparecem na performance (telas sobre a caça e dança) são consideradas patrimônio mundial UNESCO. A obra de Shin Yoon Bok, melhor artista de pinturas da época de Cho Sun, porta um dos únicos estilos mundiais, tendo trabalhado junto o texto e o desenho. Tentamos montar uma performance que seja capaz de mostrar a Coréia, envolvendo a sua história e um patrimônio cultural, dando vida às pinturas para que a população de hoje entenda melhor.

5. Como foi juntar murais GoGuRyeo com os elementos modernos de dança e música?

Os movimentos dos guerreiros e dançarinas do Chum MuDeom (pinturas sobre lutas e danças) é obviamente difícil de ser estudado na história. Por isso tentamos demostrar estes movimentos através das roupas que estes utilizavam e imaginei como seria se estas personagens criassem vida novamente e assim tentei simular os seus movimentos, danças e expressões corporais. Se estes estivessem na atualidade, pensei que poderiam dançar um estilo poppin, b-boyng ou algo mais funky e assim criamos uma coreografia também pensando na dança da época de Go Gu Ryeo. Creio que isto seja um dos motivos pelo qual as pessoas do mundo inteiro se interessam pelo nosso trabalho.

6. Vocês pretendem levar essa performance para outros lugares do mundo após as olimpíadas?

Após a participação nos jogos olímplicos de Rio de Janeiro, está programado um tour na Europa. Final de outubro, temos Croácia, Hungária entre outros, pelo convite do centro cultural para apresentação de Chun Sang Mu Do. Além disso, em novembro temos a 18a China Hi-Tech Fair em SheZhen e em março de 2017, participaremos da SXSW em Austin, EUA.

7. Nós ainda não ouvimos muito falar em performances holográficas aqui no Brasil como na Ásia. Você acredita que essa é uma tendência do entretenimento mundial? Você acredita que isso possa se tornar tão popular quanto VR (Virtual Reality) e AR (Augmented Reality) estão se tornando?

Nos EUA, Inglaterra e na França, tem sido utilizada as técnicas do holograma ou a técnica de AR para mídias de divulgação. Também tem sido utilizada para eventos apesar de não ser tão popularizado, mas se tiver uma estória bacana ou forem aplicadas técnicas e artes para criar as performances, creio que o holograma se torne mais popular e forte no comércio.

8. Outras informações que queira mencionar.

Korean Rhapsody, como um grupo de apresentação de fusão, tem feito um tour mundial em mais de 24 países como uma das principais performances pela amizade entre os países. É considerado o primeiro grupo a misturar a cultura tradicional e moderna coreana, a música tradicional e a dança de rua. Live-K produz técnicas de hologram, movimentos gráficos e outras técnicas que mostram a cultura. Korean Rhapsody pode ser considerado um grupo que faz parte de Live-K.

Korean Rhapsody ao final de sua apresentação, realizada em São Paulo, em agosto de 2016.

9. Como podemos saber mais sobre o seu trabalho, quais são os principais canais de comunicação?

Vocês podem verificar nosso trabalho em:
Site do grupo: www.koreanrhapsody.com
Site da produtora: www.livekshow.com
Facebook do grupo: https://www.facebook.com/korhap/

10. Quais são as informações para as performances na Coreia?

Pode ser verificado no site oficial e na página de facebook do Korean Rhapsody.

Obrigado!

Tradução do coreano: Eun Sol Cho

Sair da versão mobile